Feb 6, 2025
Posso continuar tomando meus remédios na gestação?
Uso de medicação na gestação: o que pode e o que não pode
A gestação é um período de transformações intensas no corpo da mulher, e com ela surgem também muitas dúvidas. Neste conteúdo, em especial, quero falar sobre o uso de medicamentos. Afinal, será que pode ou não pode tomar remédio durante a gravidez?
A resposta é: depende!
Existem medicamentos que são seguros e até fundamentais para a saúde da mãe e do bebê, enquanto outros podem trazer riscos importantes. Por isso, o acompanhamento profissional é indispensável.
Automedicação: um risco que não vale a pena
Um erro comum é acreditar que, por serem medicamentos de uso frequente ou “inofensivos”, alguns remédios podem ser usados sem orientação. Analgésicos simples, anti-inflamatórios ou até fitoterápicos podem ter efeitos adversos durante a gestação.
O que pode ser seguro em um momento da vida, pode se tornar perigoso na gravidez. Isso porque muitos medicamentos atravessam a placenta e podem interferir no desenvolvimento do bebê.
Por isso, a automedicação deve ser evitada em qualquer fase da gestação. Mesmo diante de sintomas aparentemente simples, como dor de cabeça, azia, alergia ou resfriado, o ideal é conversar com o obstetra antes de tomar qualquer remédio.
E os medicamentos que a gestante já usava antes?
Outro ponto muito importante é o uso de medicamentos que a mulher já fazia antes de engravidar. Alguns não devem e não podem ser suspensos, como os de uso controlado. Doenças como hipertensão, epilepsia, diabetes, depressão, ansiedade ou problemas de tireoide exigem tratamento contínuo, e interromper os medicamentos pode ser prejudicial tanto para a mãe quanto para o bebê.
Por outro lado, pode ser que esses mesmos medicamentos precisem de ajustes na dosagem ou até mesmo substituição. Há remédios contraindicados na gestação que podem ser trocados por alternativas seguras.
É por isso que falamos tanto sobre a consulta pré-concepcional. É nesse momento que o médico avalia todo o histórico da paciente, identifica quais medicamentos precisam ser mantidos e quais devem ser ajustados antes mesmo da concepção. Essa preparação garante uma gestação mais tranquila e segura.
O papel da orientação médica
Durante o pré-natal, cada passo é acompanhado de perto. Se surgir a necessidade de introduzir um novo medicamento, o médico avaliará o risco e o benefício para indicar a melhor opção.
O objetivo sempre será o mesmo:
- Proteger a saúde da mãe.
- Garantir o desenvolvimento saudável do bebê.
- Evitar complicações que poderiam ser prevenidas.
Para finalizar, reforço que, em hipótese alguma, você deve se automedicar durante a gravidez! O acompanhamento profissional é a única forma de saber com segurança o que pode ou não pode ser usado.
Dra. Midiã Vergara Bandeira
Ginecologia Obstetrícia
CRM 28972-PR RQE 19354