Jun 20, 2025
Pressão arterial e a gestação: o que é normal e o que merece atenção
A pressão arterial da mulher muda naturalmente ao longo da gestação. Enquanto muitas pessoas se preocupam apenas com a pressão alta, é importante lembrar que, no início da gravidez, o mais comum é justamente o contrário: a pressão tende a cair.
Essas variações fazem parte das transformações fisiológicas do corpo durante a gravidez. Entender o que é normal e o que exige cuidado é essencial para viver uma gestação mais tranquila e segura.
Pressão baixa no início da gestação
Durante o primeiro trimestre, é comum que a pressão arterial diminua. Essa queda ocorre por causa das mudanças hormonais e da adaptação do sistema circulatório para nutrir o bebê em formação.
Até mesmo mulheres que têm hipertensão crônica podem perceber que, no início da gestação, os níveis de pressão ficam mais baixos e, em alguns casos, até dispensam o uso temporário de medicamentos sob supervisão médica.
Sintomas comuns de pressão baixa na gravidez
- Sensação de fraqueza ou tontura
- Enjoo e mal-estar
- Visão embaçada
- Desmaios ocasionais
Esses sintomas podem ser desconfortáveis, mas a pressão baixa, por si só, não traz prejuízo para o bebê, pois é uma reação fisiológica do organismo.
O segredo está em cuidar da rotina:
- Manter-se bem alimentada
- Beber bastante água, respeitando os limites dos enjôos
- Evitar longos períodos em pé
- Preferir ambientes arejados
Essas medidas ajudam a reduzir o mal-estar e a garantir uma melhor circulação.
Por que a pressão tende a subir no final da gravidez?
Conforme a gestação avança, especialmente a partir da 20ª semana, o corpo da mulher passa por novas adaptações. O volume de sangue aumenta, o coração trabalha mais intensamente e a pressão arterial pode subir um pouco, sem ultrapassar os limites considerados normais.
Essa variação é esperada e não representa um problema, desde que a pressão permaneça controlada.
Quando a pressão alta se torna um sinal de alerta
A atenção maior deve vir quando a pressão se eleva acima dos valores normais, especialmente a partir da 28ª semana de gestação. Nesses casos, pode haver risco de pré-eclâmpsia, uma condição que exige acompanhamento médico rigoroso.
Sintomas de alerta:
- Inchaço excessivo (principalmente no rosto e nas mãos)
- Dor de cabeça forte e persistente
- Alterações na visão
- Aumento súbito de peso
- Pressão acima de 140/90 mmHg exige tratamento e monitorização adequada, mas acima de 120/80 já é importante ficar atenta
Se esses sinais aparecerem, o ideal é procurar o obstetra o quanto antes para avaliação e controle adequado.
Equilíbrio é a chave
As variações da pressão arterial na gestação fazem parte do processo natural do corpo.
Enquanto a pressão baixa no início costuma ser apenas incômoda, a pressão alta no final da gravidez pode indicar complicações e deve ser monitorada com atenção.
Por isso, o acompanhamento pré-natal é fundamental. É nele que o médico avalia os níveis pressóricos, orienta sobre hidratação, alimentação e garante o bem-estar da mãe e do bebê.
Com acompanhamento médico, hábitos saudáveis e atenção aos sinais do corpo, é possível viver essa fase com segurança e tranquilidade.
Dra. Midiã Vergara Bandeira
Ginecologia Obstetrícia
CRM 28972-PR RQE 19354